
O cara todo errado entrou na academia e perguntou desafiando:
Muitas pessoas estão investindo em você.
Quando você não consegue sair da frente da televisão, não é por sua causa.
Quando você não consegue sair da frente do computador e fica segurando teu mijo e tua merda só porque a pessoa com quem está conversando no MSN esta digitando uma mensagem.
Quando você entra no Orkut para ver aquele monte de recado inútil, fazer fofoca com os outros e ver as atualizações do teu vizinho.
Quando você entra no Twitter para escrever que está cagando, mijando ou trepando.
Quando você vai no cinema ou fica ansioso para ver um filme antes dos outros.
Quando você compra as roupas da moda.
Quando você vai malhar na academia.
Quando você escuta Nx Zero.
Quando você compra revista de mulher pelada, entra em sites pornô, bebe cerveja, fuma marlboro...
E quando você cai na real, você acorda triste. O que acontece se rejeitar tudo isso?
Poderia acordar cedo e beber minha água?
Defecar e urinar em Paz?
Ir à casa dos meus amigos?
Esquecer Hollywood?
Usar a mesma roupa tipo desenho animado assim, que o carinha abre o armário e tem várias peças iguais?
Levar meu cachorro passear, ou ir nadar no rio para fazer exercícios?
Masturbar-me usando somente a imaginação?
É impossível, ou não.
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Postado por um Atrasado.
A Arte da Maloqueiragem
No começo da semana passada eu comprei um livro novo. Já tinham me recomendado A Arte da Guerra de Sun Tzu e quando encontrei uma versão pocket no sebo eu levei para a casa.
A introdução do editor é chata de arder. Aliás, quem curte ler 25 páginas só de introdução? Mas o livro propriamente dito não me surpreendeu em nada. Tudo bem, para a época Sun Tzu era um gênio, sim. Mas o que eu não entendo muito bem é como as pessoas precisam recorrer a um livro desses para conseguir êxito nos negócios e no amor, como o editor relata naquela introdução xarope.
Quando eu terminei de ler veio aquele pensamento na cabeça, puxa nada de novo. Pelo menos para quem foi criado andando na rua com os chegados e andando de bike no campinho sabe de tudo o que está no livro. Aprende na prática.
Por exemplo, os estudos preliminares logo no começo. Sun Tzu faz considerações sobre a guerra, sobre conhecer o inimigo e blá blá... Ok. Quando você está no campinho você aprende a não ser burro. Você tem a tua turma e conhece a turma dos outros cabeças. Sabe quem é mais forte e sabe onde eles moram.
Quem é um maloqueiro de verdade sabe se portar.
Um ladrão de varal nunca vai pular no quintal de alguém sem saber se ali tem cachorro ou se a porta dos fundos é regularmente movimentada. Espiões? Quer mais eficiência que um malaco que fica na esquina sondando o momento certo para roubar o ps2 do quarto do boyzinho da casa de esquina? Nada de novo.
E quando o assunto é o combate propriamente dito, aí que achei as maiores semelhanças com a vida no campinho da vila. Sun tzu era revolucionário nas suas estratégias. Mas o Preto e o Fabinho da rua de trás também eram fantásticos! E eles tinham apenas 11 anos. Construíam armadilhas nas rampas, escondiam as pedras e os chuchus no lugar certo para quando os piás da outra vila resolvessem invadir o nosso campinho. E sempre conseguiam defender nosso território.
Mas chega de comparações com a vida na rua. Se você foi criado em algum prédio, principalmente depois que a internet ficou bem acessível, o livro vai fazer total sentido na tua vida. Vai abrir teus horizontes. Mas eu sinto pena, por você não ter a oportunidade de aprender tudo o que Sun Tzu diz na prática.
Para terminar fica uma das máximas dele: “A suprema arte da guerra é derrotar o inimigo sem lutar.”
Então pense bem antes de arranjar confusão por aí com alguém. Ao invés dos meus amigos do campinho perder tempo arranjando treta, poderiam ficar brothers dos caras da outra vila para jogar um futebol na paz. Se bem que aquela adrenalina toda era uma das melhores coisas que presenciei.
Postado por Um Piá da Vila